Que venha 2009



“Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser”

(Santo Agostinho)

2008, o ano das surpresas de Deus.
Só tenho que agradecer a todos aqueles que me permitiram adentrar em suas vidas.
É uma alegria inestimável tê-los ao meu lado.
Que venha 2009, que Deus escreva em minhas folhas em branco o que Ele bem entender, afinal, o Senhor é o Poeta supremo.

Feliz 2009!

FLY




"Nunca se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar"

(Hellen Keller)

Valsa


Quando a chuva cai, o vento sopra, os ponteiros simplesmente se movem sem perguntar-me se permito ou não seu movimento, eu paro e sem conseguir segurar a eternidade me deixo envolver pelo ritmo dos pingos a cair.

Parece que a vida é uma eterna dança, ou o tempo nos domina e sua valsa se apodera de nossos corpos, ou nos apoderamos da dança e tomamos o controle dos ponteiros. Tudo isso pode parecer uma grande arena de luta para gladiadores, porém, algumas pessoas possuem o dom de dialogarem com a existência e tornarem-na passos compassados de uma bela coreografia.

Ás vezes sinto-me como negociadora do grupo de operações especiais, tentando acalmar o tempo que de todas as formas me seqüestra e não quer me devolver a mim mesma, mas gradualmente, com a paciência de quem quer viver intensamente cada segundo, consigo uma boa resolução ao seqüestrador.

Tereza de Lisieux tem razão quando afirma “Minha vida é um brevíssimo segundo. Minha vida é um só dia que escapa e que me foge. Tu bem sabes, oh meu DeusPara amar-Te neste mundo, não tenho nada mais que hoje”.

Amar hoje, sem pensar nas conseqüências vindouras é a melhor forma de driblar o seqüestro do tempo.

Hoje me calo e deixo que Rubem Alves expresse a verdade absoluta que existe em mim, esta ninguém, nem o tempo pode apagar. "Quem sabe que o tempo está fugindo descobre subitamente a beleza única do momento que nunca mais será".

Que venha a próxima valsa e que a chuva recaia sobre nós, eu e o tempo.

Se ela falasse




Existe uma marca, um lugar pra ser chamado de meu.
Um ouvido a escutar, um olhar a olhar, um coração a mergulhar no mais profundo de mim.

O que outrora era nada mais que um lugar improvisado para sentar pela ausência de assentos adequados tornou-se o maior símbolo de encontro pessoal e com pessoas essenciais.

Aquela fachada do teatro no Campus V da UCG me ensinou muitas coisas. Aprendi a ser ouvido que escuta, olhar que olha e um coração que mergulha no mais profundo de alguém para poder entender mais de si.

A fria rampa do auditório tornou-se um símbolo real do meu modo de dizer obrigada a pessoas que simplesmente estiveram comigo independente da situação que vivi.

Se aquela fachada falasse...
Contaria de nossos risos, lágrimas, sonhos, fofocas, vitórias, alegrias, mágoas, falaria nossos mitos e aqueles segredos entoados como verdades únicas que só nós podemos saber... Aquelas confissões, aquele alívio em meio a tribulações, o passado e suas nuances, nosso futuro, com uma beca ou com um vestido branco, véu, grinalda e alguns pentelhos para um dia chamar de “mãe”.

O que importa é apenas chegar e poder falar, simplesmente dizer o que não se diz por aí. O importante é obter a certeza pura e simples de se ter alguém ao lado ao menos para proferir sua presença silenciosa de coragem.
Talvez, naquela fria fachada de mármore eu tenha descoberto um pedaço de eterno escondido. Lugar para poucos, para aqueles que querem ser um porém.

Aos meus amigos de “Divã”(ou fachada), tudo é mais forte com vocês por perto.

Ah, se aquela fachada falasse....

O mapa


Sigo assim, em Tuas verdades tenho a minha
Ando sem seguir algum mapa certo
Tenho em Ti razão sem certeza prévia e direção
Busco os Teus passos pelo chão mas não encontro caminho que me leve
Sigo Tuas marcas não no chão
Mas assim no peito está gravado teu nome
Marcado por Teu Filho
De modo inapagável
Refrão:
Me chama de filho
Mostra o Teu lugar
Me toca de novo
Só mais uma vez
Que seja a Tua marca que me guia
Que seja o Teu mapa em meu coração...
(Banda Paz e Mel)
*
*
Ouvi essa música agora ao chegar em casa, e faço dela minha marca ao Coração do Pai!

Pais Solteiros em Goiás




Sempre que a palavra família vem em mente, logo é feita uma associação de “papai, mamãe e filhinhos” juntos. A sociedade conservadora preza este conceito “tradicional” e quando surgem distorções de tal modelo(como os pais solteiros), os envolvidos são menosprezados e rebaixados.

A paternidade independente (ou seja, homens que tiveram filhos solteiros) ainda é um tabu e os focos de luz da sociedade voltam-se inteiramente para as mães solteiras. O S.U.S não dispõe de projetos assistenciais aos pais solteiros, nem o IBGE conta com dados sobre estes; como reflexo de tal fator há um número quase inexistente de pesquisas sobre este tema.

A vida sexual dos jovens inicia-se cada vez mais cedo, segundo a pesquisa das sociólogas Mirian Abramovay e Mary García, 66,5% dos jovens brasileiros tem a primeira experiência sexual até os 16 anos. As informações são ínfimas , porém ainda há um grande número de gravidez indesejada. No estado de Goiás a média de idade dos rapazes solteiros que mantiveram uma relação sexual resultando na concepção de um filho é de aproximadamente 23 anos.

A psicóloga Núbia Kássia afirma que a faixa etária dos 15 aos 23 anos os hormônios masculinos estão á flor da pele, mas os homens não se cuidam, interessam-se apenas pelo sexo sem observar as conseqüências que este poderá ocasionar consecutivamente.

Quando um jovem tem uma vida social intensa, freqüentando bares, festas, churrascos e toda a liberdade de um homem solteiro, descobre que a parceira está grávida há um grande choque. O estudante Carlos de 25 anos é um deles. “Eu era solteiro, tinha 20 anos, vivia toda a liberdade, quando soube que minha ex estava grávida, vi meu mundo cair”, afirma.

maioria dos homens que tornam-se pais solteiros desenvolvem um amadurecimento que se forma através das responsabilidades advindas da paternidade, transformando diversas coisas em seu comportamento desde a escolha de novas parceiras á vida profissional.

O goianiense Júnior de 24 anos afirma: “Sou outra pessoa após o nascimento do Pedro, amadureci muito. Minha vida gira em torno dele expandi minha empresa em função dele”. Este discurso vem contradizer ao da assistente social Ana Maria que enuncia “um filho não muda nada na vida de um pai solteiro, só muda quando ele tem que pagar pensão alimentícia”.

A questão da pensão é relativa, pois a maioria dos pais não possui uma renda fixa, e alguns ainda dependem exclusivamente da família.

Mas, não só de pensão sobrevive a relação entre pais solteiros (pai e mãe) e seus filhos, segundo a socióloga Maria Dalva Andrade, a responsabilidade entre os pais tem que ser igual, mesmo separados, e que cada momento com o filho tem que ser dedicado inteiramente a ele, dando todo apoio participando de sua vida, fazendo brincadeiras e cuidando de sua educação. Na medida do crescimento desta criança por si só ele percebe que os pais não dão certos juntos, mas que podem viver bem separados, sendo um fator que possibilita que o filho seja criado com amor. “Não há nenhum problema, podendo ser ate mais interessante a criança dispor de dois espaços, sendo maleável a ponto de dizer: ‘hoje vou para casa do meu pai, encontro com pessoas diferentes, que são outras pessoas diferentes da casa da minha mãe’ ” ressalta.

Com a ausência, alguns pais tentam supri-la com presentes para preencher a carência do amor paterno. Erich de 32 anos salienta: “Com a chegada do meu filho, tive um amadurecimento pessoal, uma responsabilidade maior, que acaba acontecendo sem ninguém forçar nada, foi o que senti, e quando estamos juntos acabo pecando em fazer todas as vontades dele .”

A psicóloga Núbia ressalta “muitas vezes os pais estão nutrindo a criança com coisas materiais e não com o que realmente ela precisa que é desenvolver-se no afeto”.

Para justificar suas ausências alguns utilizam-se de argumentos como o do pai solteiro Siufarney de 33 anos, “Não sou um pai presente, pois viajo muito, mas aonde eu vou levo meu filho em meu coração”.

A relação torna-se mais complicada quando o pai tem um novo relacionamento; Erich conta que no início do namoro com sua atual noiva, tanto o filho como esta, não se adaptaram prontamente, mas com o tempo ambos criaram afinidades e atualmente convivem bem.

Ao contrário do proferido pela sociedade, o pai solteiro nem sempre é relapso, segundo o pediatra Benedito de Assis , quando um homem assume a responsabilidade de cuidar e educar um filho, o faz com afinco, ao contrário de algumas mães que realizam tal função apenas por sua condição biológica obriga-la a fazê-lo.

Quando um homem assume a criação de um filho sozinho, ele geralmente conta com o apoio da família, principalmente de sua mãe, que exerce grande influência na formação da criança.

Quando questionados sobre o futuro de seus filhos, a maioria dos pais solteiros desejam uma condição social superior á sua, como afirma Gilberto de 30 anos, “eu quero dar á minha filha um futuro melhor que o meu”, afirma.

A vida de um pai solteiro não é (na maioria dos casos) mais a fantasia e o conto de fadas de sua adolescência, é mais concreta e madura, exigindo prudência, para que os erros do passado não se repitam novamente.
OBS: Este texto é meu, da Márcia e da Camila e foi escrido no 1° semestre de 2007.

Decifre-me

Seus olhos de telescópio vêem tudo claramente

Minha visão é borrada, mas eu sei que agrupo ecoando ao redor

Bem, eu estou te ajustando e você está me decifrando

Não é um tal mistério, não é um tão fraco e longínquo som...

Ao meu pai




Não é sempre que a coragem de dizer “Eu te amo” vem à tona. É difícil compartilhar a sinceridade madura que existe dentro de mim, embora ela exista desde aquele dia, onde o amor selado me formou.

Pai, seus 53 anos me inspiram a sonhar o futuro, a olhar o passado de uma forma menos acusadora e viver o presente como o que ele realmente é: o hoje e somente isso...

Sabe, estes dias eu ouvia aquela música “Eu queria mudar”, que relata o depoimento de um fracassado que tenta justificar a sua pobreza de espírito à pobreza física. Pensei em você no mesmo instante. Você é a prova viva de que tudo aquilo é uma mentira covarde e hipócrita.

O alcoolismo paterno que lhe impunha uma condição desumana, a falta de perspectiva da cidade do interior, o preconceito pela cor de sua tez, a ausência justificada de sua mãe entre tantas outras barreiras, não te rebaixaram, apenas se tornaram um trampolim para o Homem que hoje você é.

O menino que passou fome, saudade e solidão, cresceu e hoje é aquele que tem a dignidade de realmente dizer: Eu queria mudar e mudei.

Pai, sua menina cresceu. Não sou mais aquele bebê rechonchudo que era cuidadosamente banhado por suas mãos. Não sou mais a criança curiosa do interior que brinca de cavalinho nas suas costas e espera avidamente o final do dia para ouvir historinha da turma da Mônica, tão rica em detalhes que Maurício de Souza morreria de inveja. Não sou mais a adolescente irrequieta que chateia toda a casa com seu mau humor e com a pavorosa música estridente dos Backstreet Boys.

Pai o tempo passou, faltam apenas dois anos para a realização da tão sonhada formatura. Eu já ando sozinha por aí e crio minhas próprias histórias, tão ácidas que algum dia desses Diogo Mainardi será meu maior fã.

Pai, eu cresci, mas preciso admitir, a cada noite quando te vejo chegar cansado do trabalho percebo que o coração da menina que você pegava em seus braços é o mesmo e o herói apenas engordou um pouco, mas continua o mesmo, porém mais forte e lúcido.

Talvez seja coisa de gente grande formular frases simétricas, dotadas de sentido e poesia. Dizer “eu te amo” é para os fracos.

Então que seja. Te amo. Que se torne eterna minha débil insegurança, para quando eu cair você me segurar no colo e dizer que tudo está bem e a dor logo vai passar.

Gloriosa Anápolis




Morar em Anápolis é algo incrível. Diria de outro mundo...
Um final de semana nesta estupenda cidade é um acontecimento marcante na existência de qualquer ser!

Anápolis tem Mac Donalds
Anápolis tem Carrefour
Anápolis tem Shopping
Anápolis tem semáforo
Anápolis tem barreira eletrônica

Anápolis é uma cidade fantástica...
Tão fantástica que estou a escrever este texto fantástico em uma noite de sábado...
Pobre Tony Garrido, não conheceu Anápolis ao escrever a famosa música “Sábado a noite tudo pode mudar”.
Anápolis nunca muda...
Nem sábado a noite!

Mostrando os dentes




Sabe aqueles dias onde sorrir é a melhor expressão de tudo o que se sente?
Hoje estou assim...
Parece que todo esforço foi recompensado.
Quando fizemos a reportagem sobre a região Vale do Meia Ponte em Goiânia, o cansaço foi tão grande que chegávamos em casa ao final do dia com uma dor de cabeça imensa, dores no corpo e grande indisposição.
Foi uma aventura e tanto, pense, eu nunca que havia andado de ônibus em Goiânia já fui direto para o “eixão”, aquele transporte coletivo superlotado.
Entrevistamos muitas pessoas, fomos com a cara e a coragem falar com o delegado, com diretores das escolas, com os representantes dos bairros, diretores de postos de saúde, moradores e muitas outras pessoas...
Para escrever esta matéria gastamos SETE horas...
Foi legal, valeu a pena:
Ganhamos o 1° lugar no Prêmio Jornalismo da Universidade Católica de Goiás.
Repetimos o feito do ano passado...
Somos só alegria e louvor a Deus por tudo que Ele nos dá!!!

Não cresce menininha...









Por que você tem que crescer tão rápido???
Fica pra sempre assim, Pequenininha!!!!
A madrinha te ama tanto...



Direitos Humanos exigem solidez




Faz 60 anos amanhã que as Nações Unidas adotaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a primeira proclamação internacional da dignidade e direitos iguais inatos de todas as pessoas.

Até hoje, a Declaração Universal continua sendo o mais importante ponto de referência individual para discussão de valores éticos, que atravessa todas as linhas divisórias nacionais, ideológicas e éticas.

A visão esclarecida da Declaração, de liberdade individual, proteção social, oportunidade econômica e deveres com a comunidade, porém, ainda não foi realizada. Tragicamente, genocídios estão acontecendo novamente, desta vez no Sudão.

Uma agenda de segurança, realçada a partir dos atentados aos EUA, em 2001, incluiu tentativas de legitimar o uso da "extradição extraordinária" (o movimento de prisioneiros e suspeitos entre países sem o processo jurídico de praxe) e a tortura.
Para mulheres ao redor do mundo, a violência doméstica e a discriminação no local de trabalho são uma realidade diária.
Minorias sofrem estigmas, discriminação e violência em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

O direito à informação é negado a milhões por meio da censura e intimidação dos meios de comunicação.

A pobreza é nossa maior vergonha. Pelo menos um bilhão de pessoas muito pobres, 20% da humanidade, têm negados diariamente os direitos básicos a alimentos adequados e água limpa.
Enquanto persistirem flagrantes desigualdades entre ricos e pobres não poderemos alegar que estamos fazendo progresso adequado no cumprimento das ambições estabelecidas há 60 anos.
No momento em que registramos este aniversário, a questão é como proteger a dignidade e os direitos humanos inatos de todas as pessoas. Uma parte fundamental da resposta está nos sistemas mais eficazes de prestação de contas, de forma que os direitos sejam reconhecidos e as leis, cumpridas.
Se lançarmos, porém, um olhar rigoroso ao que já foi alcançado ao longo das seis décadas passadas e ao que continua resistindo a todas as nossas tentativas fica claro também que isso não será o bastante.

Os mais graves desafios, de discriminação, opressão, injustiça, ignorância, exploração e pobreza, não podem ser abordados apenas por meio da lei e da polícia.

Se quisermos que as reformas sejam sustentadas e se quisermos assegurar que elas verdadeiramente protejam os direitos humanos, necessitamos de instituições de governo eficazes. Instituições precariamente equipadas ou corruptas representam um obstáculo básico para a efetiva proteção e promoção dos direitos humanos.

Nos anos recentes, bilhões de dólares têm sido investidos por governos, empresas e instituições filantrópicas privadas no combate à pobreza nos países pobres. Milhões de pessoas se beneficiaram.

Os países envolvidos, porém, reconheceram publicamente que, sem capacidade institucional muito melhorada - por exemplo, sistemas de saúde nacionais e locais competentes e bem dotados de recursos - o progresso adicional será limitado.
Igualmente, bilhões de pessoas hoje não conseguem ter acesso aos seus direitos legais ou a protegê-los porque os sistemas responsáveis pelo cumprimento das leis e da ordem jurídica estão exauridos ou carecem de integridade.

Mudar isso exigirá investimento em larga escala em tribunais, autoridades judiciais, polícia, sistemas prisionais, ministérios sociais e parlamentos, assim como em instituições nacionais de direitos humanos e outros órgãos oficiais de monitoramento.

Nada neste aniversário é mais importante do que instar nossos líderes a reconhecer a dimensão da tarefa e se comprometer com uma ação sustentada para criar capacidades institucionais que visem proteger os direitos humanos, começando nos seus próprios países.

No momento em que os líderes mundiais se apressam para tratar da crise econômica global atual, pode parecer irreal reivindicar investimentos de vulto e de longo prazo deste tipo. Apesar de a estabilização do sistema financeiro internacional ser importante, porém, ela não solucionará os desafios mais amplos de governança.

Os direitos humanos não podem ser consumados na ausência de instituições eficazes. Onde tribunais e polícia são corruptos, sobrecarregados e ineficientes, os direitos civis básicos serão violados.

Onde ministérios da área social são mal equipados, sem poderes, ou carecem de pessoal qualificado, os direitos básicos para a obtenção de cuidados médicos, educação e habitação adequados continuarão sendo descumpridos.

Mesmo o país mais rico do mundo, os Estados Unidos, luta para implantar as muito necessárias reformas para parte das suas instituições mais importantes - incluindo os seus sistemas de educação e saúde. Pense o quanto esse desafio é mais difícil para os países em desenvolvimento. Obter progresso é um grande teste de maturidade política.

Ele é essencial, contudo, se quisermos transformar os direitos numa realidade para todos. Ao longo do ano passado, na condição de membros do "The Elders" - um grupo de líderes formado sob a inspiração de Nelson Mandela - estivemos trabalhando com uma grande variedade de organizações parceiras para transmitir uma mensagem de direitos humanos ao mundo por meio do "Every Human Has Rights Campaign" (Campanha Todos os Humanos Têm Direitos).

Graças a esse esforço coletivo, dezenas de milhares de pessoas, e milhões mais através de escolas, grupos comunitários, sindicatos de trabalhadores e organizações da sociedade civil, voltaram a se identificar, ou se identificaram pela primeira vez, com as metas da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Este é o motivo para ter esperança.

Dispomos de melhores ferramentas para comunicar e exigir justiça na comparação com qualquer geração antes de nós.

Temos metas globais e destinos em comum que nos vinculam.

Agora precisamos de liderança, recursos, uma maior sensação de urgência e um compromisso com os esforços de longo prazo que devem ser dedicados para assegurar que os direitos consagrados na Declaração Universal sejam não só reconhecidos universalmente, mas também respeitados.


Por Mary Robinson e Desmond Tutu


Mary Robinson foi presidente da Irlanda e Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos. Desmond Tutu é arcebispo emérito da Cidade do Cabo e Prêmio Nobel da Paz. Ambos são membros do "The Elders", www.theElders.org. Artigo publicado no “Valor Econômico”:

Gerânio

Hoje disseram-me que esta é a melhor definição de mim...
Ouvi a música e acreditem, 99% dela é minha verdade!!!!

Gerânio
(Nando Reis, Marisa Monte, Jennifer Gomes)

Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo
do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se
e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se
e pensa no essencial
Dorme e acorda

W.C



Cada vez mais os homens me assustam.

Há poucos dias presenciei um diálogo no mínimo revoltante. Mais uma menina perdeu a virgindade. Mais uma menina está prestes a receber uma benção que no momento não seria a coisa mais apropriada para uma criança de dezesseis anos.

Os homens me assustam...
Estava voltando para minha casa, cansada, após um dia intenso, só queria dormir um pouco até chegar ao meu destino, quando vozes irrequietas começaram um burburinho, e que burburinho...

Um rapaz contava aos outros em um tom de zombaria (que lhe era usado pra camuflar o desespero), que seria pai. “Ai cara eu transei aí e acho que a mulher tá grávida”, os outros o perguntavam se ele estava namorando a moça e ele “espertamente” aclamava que não, que ela era rodada demais e não gostava de se amarrar a ninguém.

Daí para frente ele começou a descrever como se dera o ato sexual. Ele, sempre o bom. A menina, a louca que o atiçara e não chegava a valer cinqüenta centavos. As conversas dali para frente evoluíram, rapazes que estavam ali começaram a contar as melhores casas de prostituição, onde conseguiriam mulheres de forma fácil e sem gastar menos de cem reais.

Eu, em silêncio, não conseguia acreditar no que ouvia. Revolto-me com isso. Só de pensar na possibilidade do meu futuro esposo estar por aí se divertindo na vida fácil, enquanto eu me guardo... Ou pensar que outras meninas acreditam piamente no amor de um animal como esse e acabam sendo vítimas de ataques públicos à sua moral.

Homens, vocês me assustam.
Colocam-nos ao nível de um sanitário público. Usam-nos, jogam seus excrementos, chutam e ainda saem falando mal do odor.

Mas nesta mesma história o mais terrível foi a solução encontrada por uma ilustre colega de vã:
Vocês homens devem passar em uma papelaria e mandar plastificar isso de uma vez para não correr perigo...
Perigo?
Deviam plastificar o cérebro, pois seus os órgãos genitais não servem para nada, além de gerarem desamparados à humanidade.


Você tem fome de que?





“Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? Agente não quer só comida, agente quer comida diversão e arte. Agente não quer só comida, agente quer saída para qualquer parte. (Titãs- Comida)”

O salário mensal de um senador é de R$ 12.720, mas o custo total de cada um para os cofres da União supera os R$ 120 mil por mês, considerando as verbas a que têm direito os 81 senadores do país. Já um jovem brasileiro recebe por mês em média R$ 414,05, sem adicionais ou verbas extras.

Nesta quarta-feira (3), os senadores voltarão a discutir o projeto de lei que limita a 40% a venda de ingressos com metade do preço para estudantes em todo país em eventos culturais e desportivos, além de minar tal direito aos finais de semana.

A alegação dos genitores de tal projeto (parlamentares e produtores culturais) é a de que no Brasil é muito fácil obter carteira de estudante devido a uma má fiscalização, que proporciona a cursos de idiomas, de dança e de concursos tal regalia, fazendo-os perder seus magníficos lucros.

Talvez seja mais cômodo para um parlamentar retirar o direito estudantil de obtenção da meia entrada, que cobrar a justiça da real obtenção das carteirinhas.

Em Goiânia um ingresso para o cinema custa dezesseis reais aos finais de semana. Em São Paulo, o teatro musical Tom & Vinícius, tem seu ingresso ao preço de R$100. Não que tais eventos culturais não valham este preço, porém, um jovem com salário médio de R$ 414,05 não tem condições de consumir 24,15% de seus ganhos, quando precisa de cumprir com suas obrigações monetárias.

Com esta nova lei, talvez eu que sou uma desocupada passe o meio da semana a procurar avidamente um local onde minha carteirinha de estudante possa valer, afinal, só posso me ocupar de tal atividade durante este tempo. Estudar pra que? Tornar-me-ei uma nobre parlamentar, que goza de diversas dificuldades monetárias e nenhuma verba extra para assistir cultura até mesmo longe daqui, no exterior, onde a ralé nem sonhe em utilizar um mero objeto de destruição popular, conhecido como carteira estudantil.

Você tem fome de quê?
De pão?
De circo?

Locomotiva




O céu abre passagem
Quando os ponteiros dizem não
Quando o momento insiste em estar
Mais próximo do sim
Talvez seja a hora
De arrumar as malas, ser vagão
Que anda sem saber o rumo
Só pelo prazer de andar
Estar no passo certo
É redundância, é a vida
Puxada na locomotiva
Que os dias atrevidos
Insistem em pegar carona
Que horas já são?
Nesse instante me devoro
No pensamento constante
Na hora que deveria ser minha
E que sem angústia controlo
(Maninho)
Poesia linda do Maninho, cantor, compositor e poeta, que de uma maneira ímpar, traduz em palavras o que mais ninguém consegue explicar!!!
Mais preciosidades no blog dele: