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Cada vez mais os homens me assustam.

Há poucos dias presenciei um diálogo no mínimo revoltante. Mais uma menina perdeu a virgindade. Mais uma menina está prestes a receber uma benção que no momento não seria a coisa mais apropriada para uma criança de dezesseis anos.

Os homens me assustam...
Estava voltando para minha casa, cansada, após um dia intenso, só queria dormir um pouco até chegar ao meu destino, quando vozes irrequietas começaram um burburinho, e que burburinho...

Um rapaz contava aos outros em um tom de zombaria (que lhe era usado pra camuflar o desespero), que seria pai. “Ai cara eu transei aí e acho que a mulher tá grávida”, os outros o perguntavam se ele estava namorando a moça e ele “espertamente” aclamava que não, que ela era rodada demais e não gostava de se amarrar a ninguém.

Daí para frente ele começou a descrever como se dera o ato sexual. Ele, sempre o bom. A menina, a louca que o atiçara e não chegava a valer cinqüenta centavos. As conversas dali para frente evoluíram, rapazes que estavam ali começaram a contar as melhores casas de prostituição, onde conseguiriam mulheres de forma fácil e sem gastar menos de cem reais.

Eu, em silêncio, não conseguia acreditar no que ouvia. Revolto-me com isso. Só de pensar na possibilidade do meu futuro esposo estar por aí se divertindo na vida fácil, enquanto eu me guardo... Ou pensar que outras meninas acreditam piamente no amor de um animal como esse e acabam sendo vítimas de ataques públicos à sua moral.

Homens, vocês me assustam.
Colocam-nos ao nível de um sanitário público. Usam-nos, jogam seus excrementos, chutam e ainda saem falando mal do odor.

Mas nesta mesma história o mais terrível foi a solução encontrada por uma ilustre colega de vã:
Vocês homens devem passar em uma papelaria e mandar plastificar isso de uma vez para não correr perigo...
Perigo?
Deviam plastificar o cérebro, pois seus os órgãos genitais não servem para nada, além de gerarem desamparados à humanidade.


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