Dona Maria, eu e a aula de trânsito...


O jornalismo norteia meus dias... Passei a noite escrevendo uma reportagem científica sobre “depressão”.

Meu ciclo de sono durara duas míseras horas e por incrível que pareça durante o dia não senti os malefícios da vida jornalística, porém agora (logo agora) meus olhos estão pesados, minha cabeça dói e o sono clama por meu nome avidamente: Estou na auta TEÓRICA de trânsito!

Minha carteira de motorista tipo B já virou novela mexicana com direito a Carlos Daniel, Maria Del Bairro (que inclusive sou eu) e uma dublagem inóspita. Atrasaram-me em um dia e quando procurei a auto-escola para repor a bendita aula, esta (e o magnífico sistema de leis de trânsito brasileiro) multiplicou-se em TRÊS prazerosas aulas.

Quem já fez aula teórica de trânsito sabe o que eu digo! Cada aula possui interessantíssimas QUATRO HORAS, agora multiplique tal suplício por três! Ok, eu não sou boa em matemática, mas este calculo é tão desesperador que a massa encefálica que ojeriza tal ciência grita: DOZE! Você passará DOZE HORAS! ,metade de um dia sentada ouvindo as amarguras do código de trânsito.

Nunca sonhei tanto com a medida macia do meu colchão. Meu travesseiro confortável. Meu cobertor quentinho... E eu aqui na maciça cadeira ouvindo sobre o recolhimento da carteira de motorista, ou algo sobre a cor dos faróis de um carro.

Sinceramente, acho que de repente (não mais que de repente) sinto os efeitos cientificamente provados da reportagem que escrevi esta madrugada!

O que seria de mim sem as noites mal dormidas jornalisticamente falando?! Acredito que já cheguei a um processo de insanidade, o que me faz lembrar de Dona Maria, a Louca, a imperatriz que corria nua pelos corredores do palácio carioca.

Como D. Maria era imperatriz, podia atentar contra o pudor onde, quando e como ela quisesse...

Eu sou Maria, mas não tão louca como a rainha! Ou sou? Não saio correndo pelada pelos corredores, mas depois de desnudar meus mais profundos sentimentos de cólera acoplados à longa escala de sono, devam chamar a postura: Que indecoro! Que atentado violento ao pudor!

Mas combinemos, D. Maria tinha Carlota Joaquina para tirar-lhe a razão (além de seus demônios de estimação) e eu tenho a aula teórica de trânsito (que obviamente supera os demônios de estimação da rainha).

PS:Escrevi há alguns dias este texto no auge do tédio em uma aula teórica de trânsito, porém o processo traumático foi tamanho que só hoje consegui digitar aqui estes pensamentozinhos...
Rssssss

3 comentários:

Camila Di Assis disse...

Este seu texto é ótimo,mostra a sua criatividade,suas críticas. Saudade, amiga!!!
Beijooooo

Márcia Abreu disse...

Só quem passa por isso sabe o inferno que é ouvir tanto blábláblá.

Maria disse...

Espero ser remida logo logo deste calvario!!!!!!
kkkkkk Ninguém mereceeeee