Valsa


Quando a chuva cai, o vento sopra, os ponteiros simplesmente se movem sem perguntar-me se permito ou não seu movimento, eu paro e sem conseguir segurar a eternidade me deixo envolver pelo ritmo dos pingos a cair.

Parece que a vida é uma eterna dança, ou o tempo nos domina e sua valsa se apodera de nossos corpos, ou nos apoderamos da dança e tomamos o controle dos ponteiros. Tudo isso pode parecer uma grande arena de luta para gladiadores, porém, algumas pessoas possuem o dom de dialogarem com a existência e tornarem-na passos compassados de uma bela coreografia.

Ás vezes sinto-me como negociadora do grupo de operações especiais, tentando acalmar o tempo que de todas as formas me seqüestra e não quer me devolver a mim mesma, mas gradualmente, com a paciência de quem quer viver intensamente cada segundo, consigo uma boa resolução ao seqüestrador.

Tereza de Lisieux tem razão quando afirma “Minha vida é um brevíssimo segundo. Minha vida é um só dia que escapa e que me foge. Tu bem sabes, oh meu DeusPara amar-Te neste mundo, não tenho nada mais que hoje”.

Amar hoje, sem pensar nas conseqüências vindouras é a melhor forma de driblar o seqüestro do tempo.

Hoje me calo e deixo que Rubem Alves expresse a verdade absoluta que existe em mim, esta ninguém, nem o tempo pode apagar. "Quem sabe que o tempo está fugindo descobre subitamente a beleza única do momento que nunca mais será".

Que venha a próxima valsa e que a chuva recaia sobre nós, eu e o tempo.

2 comentários:

Márcia Abreu disse...

Eitaa vida Besta meu Deus. rsrsr

Maria disse...

melhor dançar com ela que ela dançar conosco!!!!! Levemos a vida kkkkkkkk