A enfadonha normalidade




Dias normais acontecem com a normalidade do próprio termo.
A essência se perde junto à rotina, a inspiração se esquiva e vai brincar em algum lugar bem distante das minhas próprias mãos.
Existem dias que a própria dor de ser o que se é faz os olhos encherem-se do mais puro liquido que dá o fôlego à alma que se sente enfadonha com a monótona normalidade.
Às vezes o pensamento voa longe em direção a alguém que nem ao menos sabe da ronda silenciosa que não se finda.

Que o universo grite minha voz imune ao silêncio de hoje.
Que o sonho se realize na normalidade dos dias.
Que os olhos se abram em meio à ausência de realidade.
Que as mãos encontrem no trabalho o sentido de dar-se.
Que os ouvidos ouçam somente a voz verdadeira.
Que mesmo com o vento forte, aquele primeiro amor não seja levado e soterrado.
Que os dias não roubem a fidelidade que um dia jurei.

Que meu Universo seja resumido em poucas palavras.
Que eu saiba entregar-me com a monotonia, a normalidade dos dias e a pobreza do meu coração inquieto.

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