
Lula pode ser o presidente mais popular da história do Brasil, com alto prestígio internacional. Pode até eleger uma sisuda burocrata, que nunca teve nenhum voto, para o seu lugar. Mas, como jornalista, seria demitido rapidamente. Isso se seguisse seu manual particular de jornalismo.
Nos últimos tempos, o presidente tem dito coisas como: o papel do jornalista não é fiscalizar, mas sim informar. Chegou a pedir aos repórteres que não "interpretassem" um fato, afirmando que eles deveriam apenas relatá-lo friamente. Cada vez se incomoda mais com os "formadores de opinião", pessoas que, justamente, têm a missão de analisar.
No mais, Lula diz, até com certa ponta de orgulho, que não lê jornal --assim não se incomoda em afirmar que não gosta de ler livros, que, segundo ele, dão sono.
Todas essas manifestações não teriam maior importância e fariam parte do costume presidencial de falar, sem pensar, o que lhe passa na cabeça. O que me preocupa é ver cada vez mais a irritação com a diversidade e com os mecanismos de controle da sociedade.
São os ataques seguidos ao TCU, o desdém com advertências dos juízes sobre as viagens eleitorais, e a tentativa de interferência em empresas privadas.
Pelo jeito nada disso coloca em risco sua estupenda popularidade, mas coloca em risco a imagem de alguém que reverencia a democracia, que, sem mecanismos de controle (e a imprensa é um deles), não funciona.
BY: GILBERTO DIMENSTEIN
1 comentários:
Affff
ninguém merece...
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