PRIVATIZADO!


Talvez seja uma obsessão de fã, porém, quando sua banda favorita ganha visibilidade muitas coisas mudam.

Domingo fui ao show do Rosa de Saron, e tal foi minha surpresa ao chegar na porta do colégio onde estes se apresentariam e observar uma multidão similar às multidões dos shows do Carna Goiânia, com direito à som automotivo, mocinhas com seus saltinhos, bolsinhas procurando rapazinhos dotados de vastos teores corporais de anabolizantes e vice-versa.

Ao entrar no local do show a situação era mais agravante. Para obter a visibilidade do palco eu deveria ter me ornado de pernas-de-pau, para compensar na minha longínqua altura de 1,53 metro; além de ser espremida por casais de todos os gêneros e orientações em suas intimidades mais profundas.

O show começou com mais de duas horas de atraso, o Guilherme estava rouco, a platéia não sabia NENHUMA música, além de “Sem você”, a Aura Lyris havia feito uma apresentação anterior á do Rosa, porém, não aproveitaram sua presença para a canção Anjos das Ruas, que sequer foi cantarolada, cantaram menos músicas que o normal e a magnífica platéia não se silenciou nem com a presença do Santíssimo Sacramento.

Talvez a chata seja eu, não me acostumei com o horário nobre da Rede Globo. Conheci o Rosa de Saron em 2003 pela mera vontade de revolucionar a musicalidade residencial. A banda começou a fazer parte de minha vida. Ninguém conhecia o Rosa, e se conheciam, havia o preconceito e a acusação de serem uma banda mentecapta de rock barato e anticristão.

Tenho saudades da época que a platéia cantava junto com a banda as músicas, e que éramos embalados apenas pelos pulos e a poeira que subia por conseqüência destes. Saudades da forma que o Rogério conduziu a oração no Hallel de Brasília.

Saudades... Saudades... Saudades...

Mas saudades não enchem a carteira de ninguém! Deixem a Som Livre cuidar disto, afinal ninguém vive “Sem você”...

Um passo de cada vez


Ás vezes a impressão que se tem é que tudo corre depressa, exceto aqueles sonhos que um dia alicerçamos sob a força de nossas expectativas ilusórias.

Talvez, construímos “castelos de areia” demasiadamente sólidos para se desfazer, quando o que mais queríamos era nos ver livres de certas obrigações sentimentais que nós mesmos nos infligimos.

Saber dar um passo de cada vez é um exercício de sobriedade que requer a extração de nossas mais profundas morfinas.

Assim como bebês, é mais fácil engatinharmos sobre a vida. Dar passos é sinônimo de queda, dor, hematomas, feridas...
Mas como se prender ao chão?

Simplesmente é necessária a dor da queda para a lição de dar um passo de cada vez.

Quantas vezes sinto-me impelida a incorporar um cientista maluco, construir uma máquina do tempo e voar para uma época onde as incertezas presentes sejam substituídas por verdades solidificadas.

Que vontade de chutar o castelinho de areia, para que no âmago de mim não sobre a infantilidade de meus projetos absurdos.

Porém, a velha sanidade (ou a maldita ausência dela) me impõe o necessário ritmo para que meus passos sigam a marcha: Um passo de cada vez.

Mãe

Sabe, talvez eu não seja a filha que a senhora sempre sonhou.
Não sou perfeita.
Mas gostaria apenas que você soubesse o quanto eu lhe amo.
Sabe mãe, te amo pois estás ao meu lado.
Por sua verdade inquietante.
Pelo seu olhar que simplesmente me diz tudo sem falar uma palavra.
Por me ensinar a ser uma pessoa melhor.
Por abdicar de seus planos e sonhos mais íntimos para colocar os meus em primeiro plano.
Sei que não mereço tudo que fazes, mas creio que sua forma de ser mulher me molda a tudo aquilo em que um dia anceio eu me tornar.

DOM

Deus disse:
Vou ajeitar a você um dom:
Vou pertencer você para uma árvore.
E pertenceu-me...
Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras.

(Manoel de Barros)

Minha amiga Thereza

Thereza é minha mais nova amiga.
Não sabe quem é Thereza?

Esta é a personagem principal da série “Tudo que é sólido pode derreter”, da TV Cultura.

A trama apresenta a vida uma adolescente “normal”, com todos aqueles sentimentos sem os quais os adolescentes não seriam adolescentes, porém, a protagonista mistura suas experiências pueris à literatura lusitana e brasileira dando um tom intimista a cada história dos clássicos, tornando-os deliciosos e relacionados ao cotidiano.

Tudo que é sólido pode derreter, é um exemplo de que a leitura pode se tornar um hábito agradável, saindo da obrigatoriedade hostil da literatura escolar que em nada coopera para a criação de vínculos dos adolescentes com os livros clássicos.

Com abordagem criativa, bons atores, ótimo roteiro e inúmeras aventuras, a Thereza merece um lugarzinho no seu círculo de amizades, afinal, ela é apaixonante. Todos que a conhecem torcem para que a próxima sexta feira às 19:30 se aproxime logo para uma nova prosa maravilhosa.

Eu, Orlando Bloom e o Acre


Preciso urgentemente de uma viajem...
Algo “Elizabethtown”, onde tudo acontece!
A única regra plausível é a distância mínima de MIL quilômetros daqui.
Sim, a rotina já me estressou.
Preciso de férias.
E do Orlando Bloom.
Já que não tenho dinheiro, nem um lugar interessante para começar meu roteiro, talvez eu apanhe o “cavalo manco” do tratado de Petrópolis e vá para o Acre.
Sim, o Acre, tudo vale...
Desde que seja há MIL Km daqui e com o Orlando Bloom.