A quem interessa a greve da educação?




“Os professores querem ganhar mais e mais”

Completando os 33 dias de greve dos profissionais da educação no estado, o deputado José de Lima do PDT comentou o assunto, demonstrando seu posicionamento quanto aos momentos de negociação que o poder público teve com a líder classista Ieda Leal, presidente do SINTEGO.

Em reunião com o governador Marconi Perillo nessa semana, o Deputado afirmou que as propostas em torna do tema da volta ao regime anterior, no qual os professores tinham uma gratificação pela titularidade. Segundo José de Lima não há possibilidade de os professores serem regidos pelo sistema anterior “é muito difícil o Governador voltar a titularidade, porque ele quer implantar outro sistema, por isso é possível que o sistema não volte a ser o que era antes” afirma.

Na mesma reunião foi acordado que uma comissão formada por 4 pessoas dentre elas a presidente do SINTEGO, um deputado, membro do Ministério Público e um membro da Secretaria de Educação do Estado; farão as analises viáveis para a formatação de uma solução definitiva, afim de que a greve chegue ao fim.

O deputado ressaltou que a categoria está resistente na aceitação das propostas do Governo “eles não são maleáveis, só para voltar a gratificação da titularidade. E foi o próprio Governador que criou a titularidade, mas através de pesquisas se constatou que não houve avanço algum na educação, por isso ele quer retirar e mudar o sistema de avaliação do professor” completou José de Lima.

Para o deputado a questão não se encontra apenas na reposição salarial, mas em acrescentar o salário dos professores “os professores querem ganhar mais e mais, o governo já deu aumento de 16%, mais que o município que deu apenas 6,4% de aumento para os professores”. Para ele quem mais sofre com a greve são os alunos e as famílias “quem mais tem perdido com essa greve são os alunos e as famílias de Goiás, que não tem como resolver o problema”.



"A Titularidade é um direito"


Com a aprovação de uma lei que prevê o achatamento da carreira e a incorporação das titularidades aos vencimentos como forma de se criar pagamento do Piso Salarial, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTEGO) entrou em greve geral desde o dia 6 de fevereiro.

De acordo com o Sintego, caso o Plano de Carreira anterior fosse mantido, o professor com licenciatura e com gratificação por titularidade de 30%, estaria recebendo R$ 2.877,21. Com o plano atual, haverá um reajuste de apenas 1,7% e receberá R$ 2.016. Ou seja, o professor vai ter redução salarial. No exemplo citado, vai ser de R$ 861. O professor vai demorar nove anos para recuperar esse prejuízo.
A entidade ressalta que o problema se agrava se considerado que os professores terão reajustes diferentes, dependendo do porcentual de gratificação por titularidade. Ou seja, quanto mais cursos o professor tiver, menor será seu reajuste salarial com as mudanças no plano de carreira.

A gratificação por Mestrado e Doutorado caiu, o docente que tiver e respectivamente, de 40% e 50% sobre o vencimento receberá apenas 10% e 20%. Além disso, os professores que ainda não tinham essa gratificação, não terão mais nenhum incentivo salarial de recompensa pela capacitação.

O sindicato enfrentou lutas judiciais referentes ao impedimento da paralisação, e os educadores que aderiram à greve da rede estadual em defesa da recuperação de seus direitos tiveram o ponto cortado em 16 dias. Educadores que estavam afastados por licença médica ou maternidade, mesmo que não estivessem nos movimentos grevistas, se pertencessem aos quadros das escolas que aderiram ao movimento do Sintego tiveram o salário cortado como os demais.

A maior incógnita é a reposição das aulas, já que o Estatuto do Magistério impede que isso aconteça, uma vez este é o mês de férias dos professores. “A informação da Seduc de que a reposição das aulas ocorrerá em julho é mentirosa. Não pode ocorrer neste mês. É mais uma mentira do secretário para reprimir os docentes, criando conflito dentro da comunidade escolar”, diz a nota de repúdio do movimento.

Outra denúncia recorrente feita pelo Sintego é a de que os educadores que fazem parte do movimento paredista estão enfrentando a perseguição da política das subsecretarias estaduais de Educação.

A presidente do sindicato, Ieda Leal, ressalta que os professores e funcionários administrativos da educação, não podem perder mais e acusa o secretário estadual Thiago Peixoto, de inviabilizar o diálogo com a categoria para o fim da greve.

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